Apesar de toda magnitude e importância dos oceanos, acredita-se que conhecemos apenas cerca de 10%. Até a metade do século XX, sabíamos pouco sobre esses grandes corpos de água, e a informação sobre seus pontos mais profundos menos ainda. Depois de um longo tempo de desinteresse no estudo oceânico, a busca por diferentes fontes de alimento e mesmo a demanda por recursos energéticos instigaram a curiosidade acerca do que os oceanos seriam capazes de fornecer.
Com o avanço tecnológico ao longo dos anos, tem sido possível mapear e interpretar melhor o fundo dos oceanos. A partir do auxílio de aparelhos como os sonares, que usam a emissão de ondas acústicas na água, a utilização da batimetria que fornece dados sobre a profundidade, e o uso dos veículos autônomos subaquáticos, foi possível o mapeamento do fundo do oceano e a descoberta de muitos locais de elevada profundidade dos oceanos denominados de fossas abissais.
Fonte: NOAA Ocean Exploration
A pesquisa em grandes profundidades tem como principal desafio saber controlar a pressão da massa d’água correspondente à coluna que comprime acima da profundidade de onde se está. Imagine você, é o peso da coluna d’água acima da profundidade onde queremos chegar. Quanto maior a profundidade, maior será a pressão da coluna d’água. A cada 10 metros de profundidade a pressão aumenta em 1 atmosfera que é a pressão de referência ao nível do mar.
Por meio de uma expedição nomeada Five Deeps, iniciada em 2018, foi possível mapear os pontos mais profundos de cada oceano:
Fossa de Porto Rico: segunda mais profunda entre as cinco da expedição, foi explorada em dezembro de 2018, possui 8.376m de profundidade e localiza-se no oceano Atlântico.
Fossa Fatoriana: localizada no extremo sul da Fossa Sandwich do Sul, oceano Antártico, explorada em fevereiro de 2019, possui 7.432m de profundidade;
Fossa de Java: localizada na costa da Indonésia, oceano Índico, explorada em abril de 2019, possui 7.192m de profundidade;
Fossa das Marianas: um dos pontos mais famosos, localiza-se no oceano Pacífico, foi explorada pela Five Deeps em maio de 2019 e possui 10.924m de profundidade;
Fossa Molloy: localizada no Ártico, explorada em agosto 2019, possui 5.551m de profundidade;
Fonte: https://wired.jp/special/2021/journey-to-the-bottom-of-the-sea/
Embora ainda haja muito a ser descoberto sobre o leito oceânico, as informações coletadas até então rendem muitas discussões sobre a biodiversidade de cada local. Outro aspecto preocupante é a necessidade da conscientização ambiental após serem encontrados resíduos plásticos durante a expedição.
Nota-se, portanto, que quanto mais fomentados os estudos oceânicos forem, mais descobertas serão feitas e maiores serão as chances de se obter atividades econômicas sustentáveis, que impulsionem a economia mundial e simultaneamente preservem os oceanos.
Escrito por: Izabel Avellar
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