A vulnerabilidade costeira é a capacidade da costa de resistir ou se adaptar aos impactos causados por eventos naturais, como tempestades, marés altas, aumento do nível do mar, erosão costeira e outros fenômenos que afetam a faixa litorânea.
Desta forma, podemos dizer que a vulnerabilidade costeira é a fragilidade das áreas costeiras diante de eventos naturais que podem causar danos às praias, às construções próximas à costa, às estradas costeiras e às comunidades que vivem nessas áreas. É como se a casa construída na beira do mar estivesse exposta a enchentes, tempestades e outros eventos naturais que podem danificar sua estrutura e fundação.

Fonte: https://www.estadao.com.br/brasil/destruicao-costeira-se-alastra-no-pais/
A vulnerabilidade costeira também está relacionada com a forma como os seres humanos usam e ocupam as áreas costeiras, muitas vezes construindo edificações muito próximas à linha d’água, que estão sujeitas a serem danificadas ou destruídas por eventos naturais. Essa situação é semelhante a construir a casa em um terreno instável, sem uma boa fundação qualquer enchente o torna vulnerável e o risco de desabar se potencializa.
Os impactos da vulnerabilidade costeira podem incluir erosão das praias, perda de habitat de animais e plantas, aumento do risco de inundações, deslizamentos de terra, destruição de casas, comércios e infraestruturas, perda de vidas humanas e danos econômicos.
Além disso, o aquecimento global e o aumento do nível do mar têm contribuído para agravar a vulnerabilidade costeira em muitas partes do mundo. A mudança climática torna as cidades costeiras ainda mais suscetíveis aos impactos das ameaças oceânicas (ondas, ciclones e marés de tormenta). É como se o rio onde a casa está construída estivesse subindo cada vez mais, aumentando o risco de enchentes e danos à casa. Assim é no mar. Na medida que o nível do mar sobe devido as marés astronômicas e meteorológicas, acrescido com as chuvas torrenciais, provocam o aumento da probabilidade de inundações. A maior intensidade somado com o avanço das ondas sobre o litoral provocam desastres naturais com grande poder de destruição como é o caso da erosão das praias.
É importante destacar que a vulnerabilidade costeira não é somente um problema ambiental, mas também causam impactos sociais e econômicos. A falta de atenção com a vulnerabilidade costeira pode afetar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas áreas litorâneas. O desenvolvimento local, o turismo e outros setores ficam seriamente comprometidos quando não existem ações preventivas para combater a vulnerabilidade costeira. Para tanto, é necessário tomar medidas visando reduzir a vulnerabilidade costeira, como a adoção de ações de adaptação e de gestão costeira sustentável. Tais mecanismos buscam minimizar os riscos e os possíveis impactos causados pelos eventos naturais extremos nas áreas costeiras. Assim sendo é necessário levar em consideração tanto as características naturais da região como as limitações das comunidades costeiras, além de considerar as ameaças climáticas na área de estudo.

Foto: Reuters (dez 2009)
Essa gestão pode incluir medidas como a preservação das áreas naturais costeiras, a construção de barreiras de proteção contra as ondas do mar, a adoção de sistemas de drenagem adequados, a construção de edificações em áreas menos vulneráveis, o estabelecimento de áreas de refúgio em caso de emergências, a conscientização da população sobre os riscos e medidas preventivas, entre outras.

Em resumo, a vulnerabilidade costeira é um problema complexo que afeta tanto o meio ambiente quanto a sociedade, e requer uma abordagem integrada e sustentável para minimizar os seus impactos e garantir a resiliência das áreas costeiras diante das mudanças climáticas e outros desafios.
Escrito por Rafael Dias
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Yuri Rommel Vieira; DE OLIVEIRA, Habyhabanne Maia. Os impactos das mudanças climáticas em áreas urbanas. Editora Licuri, p. 161-173, 2022.
DE AGUIAR, Thaís Morais Corrêa Borges; ERVATTI, Manuela. Vulnerabilidade costeira frente a mudanças climáticas e políticas públicas na cidade do Rio de Janeiro: estamos prontos?. Novos Cadernos NAEA, v. 23, n. 2, 2020.