Desafios sócio–econômicos e ambientais da energia eólica no Brasil.

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O Brasil é altamente dependente da hidroeletricidade para a geração de energia elétrica, isso pode ser afirmado visto os dados da matriz elétrica brasileira, onde por volta de 70% da eletricidade do país vem dessa fonte.

O uso dessa tecnologia é vantajoso por ser limpa e renovável, mas seu uso exclusivo ou sua alta dependência pode trazer riscos ao país, como por exemplo, a forte seca devido à ocorrência de um El Niño longo e intenso, de 2013 a 2015, fazendo com que os reservatórios utilizassem seu volume morto. Essa crise levou ao racionamento da eletricidade e assolou a economia do país aumentando a conscientização no setor de energético brasileiro, tanto privado quanto público, que o Brasil deve diminuir sua dependência de hidrelétricas, e isso pode ser observado por altos investimentos sendo realizados em energia eólica e solar.

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Figura 1: Movimento da turbina. Fonte: Giphy

A energia eólica tem um grande potencial de crescimento no Brasil e ótima para o balanceamento do uso de eletricidade junto às hidrelétricas já que a força do vento no Brasil é mais intensa de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuva. Essa combinação do uso de energia reduziria os riscos à utilização das hidrelétricas em seu período mais vulnerável facilitando a recuperação dos volumes d’água.

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Figura 2: Zoom das hélices. Fonte: Correio dos Campos

No início do século a energia eólica não era considerada muito viável devido ao alto custo. Porém, verificou-se uma expressiva redução do preço da energia eólica no Brasil, saindo de um patamar de custos superior ao praticado a nível internacional para valores extremamente competitivos. Esta redução de custos é função de políticas públicas bem elaboradas com medidas como incentivos fiscais e desoneração tributária, e ao desenvolvimento da indústria de turbinas eólicas no Brasil. Concomitantemente, a crise econômica internacional ao reduzir o ritmo de expansão da energia eólica no mundo se constituiu em um elemento conjuntural de redução do custo do investimento, pois forçou os fabricantes de equipamentos para geração eólica a disputarem intensamente as oportunidades de negócios remanescentes em escala mundial, onde o Brasil tornou-se um dos mercados promissores.

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Figura 3: Capacidade instalada e número de parques eólicos por estado (Dados de ANEEL/ABEEOLICA). Fonte: Engineere

O impacto ambiental da energia eólica em relação ao impacto ambiental por emissões de CO2 dos combustíveis fósseis é relativamente pequeno. Enquanto as instalações de turbinas eólicas podem cobrir uma área grande, elas são compatíveis com muitos usos da terra, como agricultura e pastagem.

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Energia Eólica transforam a paisagem da Chapada do Araripe. Fonte: Progama Globo Repórter.

Um dos principais problemas da energia eólica é o barulho das turbinas, o desafio é tentar encontrar uma distância que não cause impacto às pessoas que vivem próximas às instalações. O mais próximo que uma turbina eólica é normalmente colocada de uma casa é de 300 metros ou mais. A essa distância, uma turbina terá um nível de pressão sonora de 43 decibéis. Comparando, a maioria dos refrigeradores possui em cerca de 40 decibéis e uma distância de 1,5 km não é possível escutar as turbinas. Existem relatos de mortalidade de aves e morcegos em turbinas eólicas, essa escala do impacto ecológico pode ou pode não ser significativa, dependendo das circunstâncias específicas, portanto deve ser bem analisado o local da instalação de turbinas para prevenção e mitigação de mortes de vida selvagem.

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Figura 5: Pássaro abatido por hélice. Fonte: Conexão Israel

O desenvolvimento dessa fonte de energia no Brasil pode ajudar o país a atingir seus objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e gerar empregos.

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Figura 6: Instalação de turbinas de geração de energia eólica. Fonte: Época Negócios

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