Florence, Isaac e Helene: Entenda a temporada de ciclones e furacões no Atlântico Norte em 2018

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De acordo com a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, na sigla em inglês), um ciclone tropical é um sistema rotativo e organizado de nuvens e trovoadas que se origina em águas tropicais ou subtropicais e tem uma circulação fechada de baixo nível. Ciclones tropicais giram no sentido anti-horário no Hemisfério Norte. Eles são classificados da seguinte forma:

Tabela 1: definição dos ciclones tropicais. Fonte: NOAA/adaptado.
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Portanto, vale lembrar que todo furacão é um ciclone mas nem todo ciclone é um furacão. Para saber mais sobre a diferença entre ciclone e furacões acesse nosso post: Entenda a Diferença Entre Ciclones, Furacões e Tornados.

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Figura 1: Imagem de satélite mostra formação do furacão Florence (no alto, esquerda), do furacão Isaac (centro) e do furacão Helene (direita) . Fonte: DW

A temporada oficial de furacões na Bacia do Atlântico (que inclui Oceano Atlântico, Mar do Caribe e Golfo do México) começa no dia 1 de junho e vai até 30 de novembro. Como visto no gráfico abaixo, o pico da temporada vai do meio de agosto até o final de outubro. De toda forma, furacões mortais podem ocorrer durante toda a temporada.

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Figura 2: número furacões e tempestades tropicais a cada 100 anos durante os meses do ano.  Fonte: NOAA

As figuras abaixo mostram os pontos de formação dos ciclones tropicais num período de 10 dias dos anos de 1851-2015 durante a temporada de furacões do Atlântico. A figura 3 mostra o início da temporada (1-10 de junho), com apenas algumas ocorrências de ciclones. A figura 4 (1-10 de setembro) mostra uma ocorrência significativa de ciclones no mesmo período, como no gráfico acima. E a figura 5 (21-30 de novembro), já no final na temporada de furacões, apenas poucas ocorrências dos ciclones.

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Figura 3: número de ciclones que ocorreram entre os anos de 1851-2015 num período de 1-10 de Junho. Fonte: NOAA
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Figura 4: número de ciclones que ocorreram entre os anos de 1851-2015 num período de 1-10 de Setembro. Fonte: NOAA
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Figura 5: número de ciclones que ocorreram entre os anos de 1851-2015 num período de 21-30 de Novembro. Fonte: NOAA

No caso do Atlântico Norte, no percurso das águas na região tropical promovido pela corrente norte-equatorial que se inicia no norte da África e vai em direção ao Caribe, as águas sofrem aquecimento e enormes quantidades são evaporadas. A medida que o vapor d’água quente sobe na atmosfera, ele forma uma espiral ao redor do centro de baixa pressão. Ao se condensar e formar nuvens, vemos o “corpo” do ciclone se formar, e até mesmo o característico “olho”, seu centro. É também em função da rotação do planeta que este enorme volume evaporado ascende de forma espiralada, formando os giros dos furacões.

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Figura 6: Olho do furacão visto do espaço. Fonte: PolitikCafe

Na extremidade dos giros, o vento pode alcançar velocidades surpreendentes de até 280 km/h. Estes ventos são capazes de fazer voar barcos, casas, caminhões além de destelhar facilmente galpões e edificações situadas nas regiões costeiras por onde entram estas tempestades. Além disso os ventos provocam a empurra das águas oceânicas em direção da costa, empilhando estas águas no litoral e provocando a maré meteorológica. Trata-se de uma sobrelevação extraordinária do nível do mar que pode chegar a 6 metros de altura. Nas condições de planícies costeiras onde se assentam as cidades é fácil perceber o risco e estragos das inundações netas regiões por onde passam estes furacões. Por outro lado quando os furacões entram no continente eles perdem força pois não existe mais água evaporando para alimentar o seu giro.

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Figura 7: Fortes ventos e chuvas do furacão Florence atingem a cidade de Swansboro, na Carolina do Norte no dia 14/09/2018 Fonte: G1/ Tom Copeland.

Os meses de agosto e setembro são marcantes para a temporada de ciclones do Atlântico pois é exatamente nesta época em que as águas do oceano dessa região se encontram mais quentes.

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Figura 8: Voluntários auxiliam no resgate de uma criança e sua família em uma região inundada em James City, na Carolina do Norte – 14/09/2018. Fonte: Veja/Chip Somodevilla/Getty Images

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Figura 9: Furacão Florence atingindo Wrightsville, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Fonte: Twitter NHC

 A NOAA afirmou que em 2018 a estimativa do número de ciclones esteja dentro da normalidade. Foram previstos 10 a 16 ciclones, sendo que 5 a 9 devem evoluir ao nível de furacões. A média para a temporada do Atlântico é de 12 ciclones, sendo 6 nomeados a furacão e 3 a grandes furacões.

A lista divulgada de nomes previstos a serem usados nesta temporada de furacões 2018 no Atlântico Norte é a seguinte:

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Figura 10: Nomes de furacões a serem usados em 2018. Fonte: CLIMATEMPO adaptado

No início desse mês de setembro três furacões ocorreram: Florence, Isaac e Helene.

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Figura 11: os três ciclones formados no Atlântico Norte em setembro de 2018. Fonte:DW

Escrito e editado por Gabriela Brandão Barros Lima

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