Mais de 70% da superfície do planeta é coberta pelos oceanos, e sobre ela incide a radiação solar. A amplitude desse espelho d´água é local propício para as trocas de energia entre a atmosfera e os oceanos. O efeito estufa potencializa a absorção de energia pelo mar sob forma de evaporação, ventos, ondas, tempestades, furacões e ressaca.
Toda esta energia acumulada se propaga sob forma de ondas, marés e correntezas de alto mar até encontrar as zonas costeiras onde são dissipadas de forma instantânea. Assim, “briga entre rochedo (continente) e o mar, o marisco (litoral) é que leva a pior. ” Em função da exposição, as áreas costeiras são bastante sensíveis aos efeitos das mudanças climáticas que tem sido observadas nas últimas décadas.
A vulnerabilidade do litoral com baixa declividade e de natureza sedimentar (silte, argila e areia), como são as planícies costeiras e as baixadas litorâneas, é outro fator que potencializa o risco dos desastres naturais. As ameaças climáticas decorrentes da potencialização das chuvas, maré meteorológica, ondas de ressacas e ventos intensos (ciclones e furacões) se tornam o estopim para deflagrar a bomba relógio construída pelo homem na expansão despreparada das cidades costeiras.
Desta forma, o risco das cidades costeiras pode ser representado pela figura a seguir:
O risco de desastres naturais nas cidades costeiras se deve à combinação entre as ameaças climáticas (chuvas, ventos, tempestades, ressacas e furacões) é uma realidade que não depende de forma direta do homem. Contudo podemos influir no planejamento e na expansão das cidades costeiras evitando ou afastando de locais onde essas ameaças climáticas são mais evidentes. Avançar sobre as praias arenosas, edificar em baixadas alagáveis e ocupar a faixa marginal de proteção de rios e lagoas é potencializar os riscos de acidentes. Áreas urbanas que se instalarem nestes locais devem ser removido ou custear obras caras de proteção. Neste sentido, como último recurso, podemos reduzir a vulnerabilidade destas zonas urbanas desenvolvendo soluções inovadoras visando reduzir o risco de desastres naturais.
No futuro próximo defender as cidades costeiras contra o aumento da intensidade das ameaças das mudanças climáticas será planejar e evitar a expansão ou ocupação de áreas litorâneas expostas ou mesmo incrementar a proteção dos locais já com assentamento urbano estabelecido.