Branqueamento de corais: A úlcera dos oceanos

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Corais são animais sésseis e pertencem ao filo dos cnidários assim como as águas-vivas, Caravelas-Portuguesas e as anêmonas-do-mar. Esses animais vivem em uma relação simbiótica, onde ambas as espécies se beneficiam, os corais têm que viver obrigatoriamente juntos com uma espécie de microalgas chamadas de Zooxantelas. Relação funciona com as microalgas realizando a fotossíntese, fornecendo parte dessa energia produzida para os corais e em compensação os corais oferecem abrigo e sustentação para as algas, as zooxantelas são responsáveis por gerar a coloração dos corais pois contém pigmentos necessários para alterar a coloração do esqueleto dos corais .

Recifes de Corais. Fonte: https://www.infoescola.com/biologia/corais/   

Mas o que é o branqueamento?

O branqueamento acontece quando o coral expulsa as microalgas que estão instaladas no seu corpo por algum estresse gerado pelo ambiente. A maioria das vezes é gerado pela acidificação dos oceanos. Também o aumento da temperatura das águas que faz com que o coral atinja um nível de estresse tão alto que os corais acabam expelindo as microalgas de seus organismos. A partir disso, o coral perde sua fonte de energia. Assim com o passar do tempo esses animais começam a perder a coloração gerada pela pigmentação fornecida pelas zooxantelas e o esqueleto de calcário do coral fica exposto acarretando o branqueamento. Trata-se de um sintoma claro que o coral está morrendo. Estudos indicam que alguns corais conseguem se recuperar desse processo de branqueamento e aderem as zooxantelas novamente retornando a uma vida normal.

Corais totalmente brancos. Fonte: https://www.wearedeep.org/
Corais durante o processo de branqueamento. Fonte: https://www.aquarismomarinho.com.br/blog/branqueamento-dos-corais/

O processo de branqueamento vem gerando consequências para os corais no mundo inteiro. O aquecimento global somado à acidificação dos oceanos já gerou o branqueamento de mais de 50% dos corais da Grande Barreira de Corais na Austrália. Entre os anos de 2002, 2016 (matou cerca de 30% dos corais da Grande Barreira de Corais), 2017 e em 2020 ocorreram processos de branqueamento em massa. Esses eventos estão ficando cada vez mais frequentes porque os oceanos estão aquecendo cerca de 40% mais rápido do que uma estimativa feita a 7 anos atrás. Além disso, recifes de corais espalhados ao longo de todo planeta já apresentam taxas de branqueamento em escalas alarmantes. Com a evolução desse processo a cada ano são geradas várias outras consequências irreversíveis para o planeta, visto que mais de 60% da biodiversidade dos oceanos passa em algum momento da vida pelos recifes de corais. Os recifes de corais beneficiam outras espécies de muitas maneiras oferecendo berçário natural, abrigo e até mesmo fonte de alimentos, a partir disso, já é possível perceber o potencial impacto que o branqueamento pode gerar nos oceanos e por consequência prejudicar o planeta inteiro.

Escrito por: Lucas Felipe

Referencias Bibliográficas

https://marsemfim.com.br/grande-barreira-de-corais-tem-partes-mortas/

Documentário: Chasing coral – Netflix

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6 Replies to “Branqueamento de corais: A úlcera dos oceanos”

  1. Muito bom o texto. Temos que estar atentos, para as inúmeras dimensões da vida e como elas comunicam mudanças, que podem custar para toda a cadeia da existência um alto preço. Temos que cuidar, da vida em todos os aspectos..

  2. Excelente trabalho apresentado sobre os efeitos dos descasos das autoridades sobre a natura marinha que traz muitos prejuizos para o ser humano. 👍👍👍👏👏👏👏

  3. Excelente pesquisa, o quanto é importante saber a importância das espécies marinas.

  4. Muito esclarecedor o texto e de grande importância para a ciência de um modo geral. Como muito bem explanou o autor, está bastante evidente que os fatores de mudança da vida marinha, estão diretamente ligados aos comportamentos da vida terrestre. Nos remete a uma lógica simples e rápida de raciocínio onde o descaso das grandes potências, quando da emissão diaria e permanente de gases, visto a ganância pela liderança e consolidação de mercado, diminui a passos largos o nosso tempo no planeta terra.

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