Estuários são espelhos d’água costeiros influenciados pelas marés, onde ocorre a mistura entre água doce trazida pelos rios e a água salgada proveniente do mar, caracterizando um ambiente de transformação. Do ponto de vista geológico, os estuários são ambientes temporários, por serem feições relativamente protegidas do ataque do mar e estarem propensos à sedimentação contínua.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-110-Esquema-de-sistema-estuarino-Fonte_fig4_353909798
Historicamente, os estuários têm sido regiões muito cobiçadas por conta da produtividade primária expressiva propiciando uma rica biodiversidade. A produtividade primária é devido à grande quantidade de matéria orgânica e nutrientes que chegam no ambiente estuarino e a capacidade de mistura de suas águas. Essa característica lhes confere uma importância econômica significativa, pois seus frutos servem não somente de subsistência às populações ribeirinhas, mas também como base para o aproveitamento em larga escala.
Fonte: https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ap/parque-estadual-lagamar-de-cananeia/
O ecossistema estuarino é bastante rico em muitas formas de vida. Combinando espécies de grande e pequeno porte, este ambiente costuma ser habitat de moluscos, crustáceos e muitas aves, funcionando como verdadeiros berçários para diversas espécies de animais. Alguns dos principais estuários brasileiros são a foz do rio Amazonas, do São Francisco, além da Baía de Guanabara e a da Baía de Todos os Santos (o da Lagoa dos Patos).
Fonte: https://www.copernicus.eu/en/media/images/amazon-river
Por serem ecossistemas muito cobiçados pelo homem devido aos inúmeros serviços ambientais que os estuários oferecem, a presença da ocupação humana traz também inúmeros prejuízos ambientais. A falta de entendimento da dinâmica das transformações das zonas estuarinas promove a falta de gestão ambiental desses ecossistemas redundando na sua morte gradual.
Dentre os principais impactos e suas consequências que o homem causa nesse ambiente destacam-se o lançamento indiscriminado de efluentes domésticos, que podem causar a eutrofização e a poluição das suas águas. As construções de barragens podem ocasionar a diminuição da vazão dos rios no corpo estuarino alterando a sua salinidade. O lançamento de efluentes industriais promovem a concentração de poluentes no estuário como a contaminação por metais pesados além de substâncias tóxicas (óleos e graxas).
O uso descontrolado de agrotóxicos e pesticidas nas plantações contaminam as águas das chuvas que são drenadas para os rios e daí para os estuários. O gradual envenenamento das águas do estuário provoca a morte e a contaminação de peixes e crustáceos na sua fase juvenil de crescimento. O consumo humano desses organismos é risco para a saúde pública tanto dos pescadores artesanais como para a população que consome esse pescado.
Fonte: https://odia.ig.com.br/colunas/informe-do-dia/2023/06/6657086-acao-de-limpeza-na-baia-de-guanabara-mobiliza-pescadores-e-catadores.html
A sucessão de erros cometidos pelo homem ao longo dos rios, se acumulam nas zonas costeiras onde estes desembocam. É importante salientar que esses impactos prejudicam todo o ecossistema estuarino, gerando a perda de habitats e consequentemente ocasiona a diminuição e a extinção de espécies ao longo do tempo. A degradação ambiental e a redução gradativa do valor econômico do espaço físico dessas regiões costeiras promovem a perda da qualidade de vida e o crescimento da vulnerabilidade social.
Portanto a proteção das zonas costeiras e dos mares começa dentro da sua casa onde a consciência ambiental é um forte e importante instrumento para criar uma opinião pública esclarecida e que defenda o equilíbrio ambiental dos oceanos.
Escrito por Izabel Avellar
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