Mesmo que a pandemia tenha impactado a economia e a segurança alimentar, o Brasil conseguiu avançar com inovações na agro-indústria. O levantamento realizado pela Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXES BR) mostrou o crescimento de 2,3% na produção sustentável em 2022 com relação a 2021 e com potencial para seguir crescendo. Assim, é possível observar um progresso na produção e na exportação de animais do meio aquático, movimentando de forma positiva a economia do Brasil.
A aquicultura é a produção controlada de animais que vivem no meio aquático de forma total ou parcial. Dentre as atividades especializadas dentro da aquicultura, tem-se a piscicultura. A piscicultura é o cultivo controlado e exclusivo de peixes e possui diversas formas de produção controlada. Um dos tipos é o viveiro escavado. Trata-se de um tanque construído pela escavação na própria terra que para ter as condições necessárias para o viveiro ideal, necessita de uma reserva hídrica para ser enchido e drenado em qualquer época do ano. Na piscicultura, a qualidade da água é essencial para a produção de peixes. Essa qualidade é um fator importante para o controle contra o risco de contaminações indesejadas e que prejudicam a eficiência da produção.
No Brasil, a piscicultura chegou no século XVIII, período em que os holandeses iniciaram a implantação de viveiros de peixe no nordeste. As pesquisas científicas com intuito de melhorar a tecnologia de indução hormonal para que haja desova em cativeiro ganharam relevância a partir de 1930, o que permitiu, em 1970, maiores investimentos na piscicultura. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), existem mais de onze mil rios, riachos e córregos registrados pelo Brasil e uma das maiores faixas costeiras do mundo, com mais de 8.300 KM de extensão, que colabora com o fortalecimento dessa atividade no nosso país que, atualmente, proporciona cerca de um milhão de empregos nesse ramo.
Um exemplo de pescado cultivado nessa atividade é a tilápia, um peixe de água doce do gênero Tilápia, do qual é líder no ranking de peixes de cultivo brasileiro, de acordo com levantamento recente realizado pela Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXE BR). Segundo os dados anuários, o estado com o título de maior produtor de tilápia no país é o Paraná, que produziu 187.800 toneladas de pescado em 2022. São Paulo se encontra em segundo lugar, com a produção de 77.300 toneladas, seguido de outro estado da região sudeste, Minas Gerais, com 51.700 toneladas. Em quarto lugar está Santa Catarina, com 42.500 toneladas de produção do pescado. O motivo para o sucesso do Paraná, além de grande esforço do estado, é a questão da sua estrutura fundiária que possui pequenas propriedades com a presença de inúmeras nascentes, somando-se o acesso a insumos, além da forte estrutura cooperativista.
Adaptado de acordo com o levantamento disponível no anuário da Associação Brasileira de Piscicultura
(PEIXE BR) 2023.
Disponível em: https://www.peixebr.com.br/anuario/
Por: Erica F. Dias
As exportações da piscicultura brasileira cresceram 15%, sendo correspondente à US$ 23,8 milhões de dólares em 2022 e com queda de toneladas de -13%, o que significa maior exportação com maior valor aprimorado aos produtos. A melhoria de desempenho se deve à menor burocracia para exportar, evolução de manejo, melhoria da genética dos peixes cultivados, tal como as realizações de ações conjuntas de promoções comerciais da piscicultura brasileira. Desta forma a pesquisa de novas tecnologias e o aprimoramento administrativo foram fundamentais para o sucesso da produção. Dentre os países para qual os peixes são exportados, tem-se Estados Unidos como principal destino, sendo responsável por 81% das exportações do Brasil, seguindo-se, Canadá (5%), Taiwan (2%), Líbia (2%) e México (2%).
Assim, a piscicultura tem grande influência não só no alimento de qualidade que chega aos nossos mercados, mas também ao que é exportado. Esse aumento da produção, agregado à valorização dos pescados, possibilita ao país melhorar sua economia, bem como fortalecer investimentos que façam a aquicultura prosperar.
Escrito por: Erica F. Dias
Referências Bibliográficas
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