Planejamento Espacial Marinho e a Amazônia Azul 

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Um dos recursos naturais mais cobiçados do litoral brasileiro chama-se espaço físico. Nele temos uma cidade instalada, um manguezal fornecendo alimentos, um porto possibilitando o comércio exterior, ou mesmo um santuário para a preservação da biodiversidade. Todos eles importantes para a qualidade de vida da sociedade brasileira. Portanto, o espaço marinho tem diversas utilidades para o homem e claro, para o meio ambiente. Atividades como o transporte marítimo, a geração de energia renovável, a exploração de óleo e gás, a conservação e proteção marinha, entre outros, dependem do bom manejo do espaço marinho disponível e adequado a tais atividades. 

Fonte: https://www.spvs.org.br/projetos/grande-reserva-mata-atlantica/

O PEM é definido como um processo público que tem a finalidade de analisar e alocar as atividades humanas no ambiente marinho a fim de alcançar os objetivos ecológicos, econômicos e sociais (Douvere; Ehler; 2009). Através da implantação do PEM em determinado território, é possível então usufruir dos benefícios oferecidos por suas águas territoriais de forma sustentável e, simultaneamente, preservar a biodiversidade marinha local sem grandes impactos. A organização do espaço físico costeiro através de uma ampla participação social desenvolve soluções ajustadas, evitando conflitos de usos no futuro.

Fonte:https://oeco.org.br/reportagens/brasil-entra-na-decada-do-oceano-sem-uma-lei-para-bioma-marinho-costeiro/

 No caso do Brasil, o país possui jurisdição em uma vasta área oceânica que contribui expressivamente sobre sua economia e relações com o resto do mundo. Nesse âmbito, o Planejamento Espacial Marinho (PEM) entra como um grande aliado no gerenciamento desse vasto espaço marítimo. A Amazônia Azul possui segmentos e faixas que compõem seu território, segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM). A primeira faixa é o mar territorial, que vai da linha de costa até 12 milhas náuticas de distância da costa, depois tem a Zona Econômica Exclusiva que vai desde o fim do mar territorial até 200 milhas náuticas de distância da costa e por fim há a plataforma continental que vai desde o final do mar territorial até o limite da margem continental.

Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/513085-deputados-apoiam-comissao-mista-para-acompanhar-acoes-na-amazonia-azul

 No mar territorial o Brasil exerce plena soberania, tanto no leito e subsolo submarinos como no espaço aéreo. Na Zona Econômica Exclusiva, exerce soberania sobre a exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar e seu subsolo. Na plataforma continental o Brasil exerce soberania para exploração de recursos naturais, incluindo os recursos minerais, não vivos, e os vivos conectados ao fundo e ao subsolo marinhos. Por se tratar de uma área de costa litorânea muito extensa e complexa, a implementação de um PEM na zona marítima do Brasil pode apresentar muitas dificuldades. Vale ressaltar que a ONU reconhece a soberania dos países sob seu mar territorial desde que o mesmo consiga comprovar capacidade de manejo sustentável com desenvolvimento e aplicação de tecnologias limpas. Para isso, a capacitação de recursos humanos devidamente preparados para usufruto dos recursos do mar torna-se um dos principais pilares da sustentação. 

Fonte: https://oeco.org.br/reportagens/conservar-os-manguezais-amazonicos-fortalece-a-adaptacao-das-comunidades-tradicionais-a-crise-climatica/

O aumento exponencial de atividades praticadas e exercidas no território marítimo brasileiro traz consigo diversos conflitos. De maneira geral, duas formas de conflito principais se apresentam:

  • Conflito entre usuários do mesmo espaço, como por exemplo a concorrência pela utilização da mesma área;
  • Conflito entre o usuário e o meio ambiente, uma vez que nem todas as atividades são compatíveis com a preservação do ambiente marinho. 

Através do estudo e da implantação de um eficiente Planejamento Espacial Marinho, se torna possível potencializar os ganhos econômicos provenientes da extensa região marítima pertencente ao Brasil, sem que seja afetada a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas marinhos, também muito importantes para todos nós. 

Fonte:  https://rumar.org.br/nasce-o-rumar/

Escrito por: Maria Becker

Referências Bibliográficas:

https://www.erabedsudeste2019.abedef.org/resources/anais/12/erabedsudeste2019/1571623771_ARQUIVO_d6d394c24c986d3a1bc60daa57feb653.pdf

https://www.camara.leg.br/noticias/513085-deputados-apoiam-comissao-mista-para-acompanhar-acoes-na-amazonia-azul

GEE, K. Marine Spatial Planning:A theoretical overview. Priority Actions Programme e Regional Activity,Germany, 2007

DOUVERE, F. 2008. The importance of marine spatial planning in advancing ecosystem-based sea use management. Marine Policy, Elsevier, vol. 32(5), pages 762-771, September.

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