As raias, arraias ou peixes batóides, são animais bem diversos, peculiares e fantásticos! São peixes cartilaginosos (grupo chamado Chondrichthyes que incluem os tubarões), classificados na subclasse Elasmobranchii (a mesma dos tubarões), e na superordem Bathoidea.
Grande parte das arraias são bentônicas (vivem no fundo marinho) e carnívoras. Em todo mundo são descritas mais de 400 espécies com tamanho variando de 0,15 a 7 metros de envergadura. Podem habitar ambientes de água doce e marinhos.
Possuem uma cauda fina e comprida, que podem ter ferrões venenosos ou não. As nadadeiras peitorais são bem desenvolvidas e se projetam ao lado da cabeça. A pele é coberta de dentículo dérmicos ou também chamado de escamas placóides. Se passar a mão sobre a pele da raia, da nadadeira em direção a cabeça, terá a sensação de estar tocando uma lixa.
Na parte ventral de seu corpo se localiza a boca, pequena e transversal com dentes serrilhados, e as brânquias que ficam voltadas para o exterior e são formadas por pares de fenda, que variam de 5 a 7. Na parte dorsal estão os olhos e os espiráculos, fendas posicionadas atrás de cada olho, conectados à câmara branquial e fundamentais para a respiração.
As raias se alimentam de invertebrados bentônicos (ocasionalmente capturando pequenos peixes). Muitas raias repousam sobre o substrato e se cobrem com uma fina camada de areia. Permanecem durante horas parcialmente enterradas, invisíveis, exceto por seus olhos de fora, que verificam os arredores. As maiores raias, assim como os maiores tubarões, também se alimentam de plâncton. A raia manta ou jamanta, (Mobula birostris), da família Mobulidae, chega a 6 metros de largura. Estas raias, altamente especializadas, nadam em mar aberto com movimentos de batimento (para cima e para baixo, como se estivessem voando) das nadadeiras peitorais, filtrando o plâncton da água.
As raias se reproduzem de maneira sexuada, quando existe uma fecundação interna. Os machos possuem uma modificação nas nadadeiras pélvicas chamado de “órgão copulátorio”, que também é chamado por outros dois nomes: mixopterígio e clásper.
São animais que possuem várias espécies e por isso podem ser incluídas em dois grupos: das ovíparas e das vivíparas. O ovo das ovíparas é retangular e protegido por uma cápsula queratinosa escura e grossa, além disso, possuem projeções em tubos nas extremidades, por onde a água passa levando nutrientes e oxigênio para o embrião. Essas projeções se fixam ao substrato até a hora da eclosão. Nas espécies vivíparas, os ovos são incubados no interior do organismo materno, e nesse caso, os filhotes já nascem perfeitamente desenvolvidos.
Curiosidade:
O tio raia de procurando nemo, é uma Raia-pintada (Aetobatus narinari), e na vida real é bem diferente da do desenho. Ela pode atingir 2 metros de largura e 200kg, e possui uma cabeça distinta do disco com projeção inferior em forma de bico de pato e olhos laterais.
No Amazonas foi descoberta uma nova espécie de raias de água doce, que ocorrem em bacias hidrográficas da América do Sul. A nova espécie foi nomeada como Potamotrygon wallacei e é popularmente conhecida como “Raia cururu”. Seu padrão de coloração é único para o gênero, com uma superfície do disco dorsal marrom clara e formas negras de formato irregular. É uma raia de pequeno tamanho. Dos 71 exemplares examinados pelos pesquisadores, o tamanho tamanho máximo foi de 31 centímetros de comprimento de disco!!
Veja os vídeos de nascimentos de raias
Raia-pintada
Escrito por: Amanda Farias Gonçalves
Referências:
https://gia.org.br/portal/arraias-curiosidades-biologicas-e-comportamentais/
https://meioambiente.culturamix.com/ecologia/fauna/tudo-sobre-as-raias
http://mundomarinhobr.blogspot.com/2012/03/raia-pintada.html
https://www.mantasdobrasil.org.br/o-projeto/saiba-mais-sobre-a-raia-manta
https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/6858/6/Dissertac%CC%A7a%CC%83o_GuilhermeFreire_PPGCIPET.pdf