Fatores climáticos são aspectos do meio natural que determinam as características de um clima e influenciam no comportamento dos diferentes elementos climáticos. São eles: latitude, altitude, relevo, continentalidade e maritimidade, massa de ar, correntes marítimas e vegetação. A íntima relação entre o mar e a atmosfera determinam o comportamento do clima de região para região. Nas zonas costeiras essa relação é ainda mais evidente.
E como esses fatores interferem no tráfego aéreo? De que maneira estão diretamente ligados a aviação?
Quando falamos em decolar ou pousar um avião, precisamos estar atentos a visibilidade e a operacionalidade de pista daquele aeroporto. Os nevoeiros marítimos e a mudança na direção dos ventos ocasionado pela variação de temperatura são grandes influenciadores de operações aéreas canceladas ou atrasadas principalmente em aeroportos próximos ao litoral, como é o caso do Aeroporto Santos Dumont, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
Os nevoeiros marítimos se formam pelo ar quente que se move do continente para o mar mais frio, em consequência ocorre a saturação formando um nevoeiro de grande espessura devido à alta umidade do ar marinho. O Aeroportos Santos Dumont, está localizado em uma zona aterrada, ou seja, parte de zona de praia foi retraída para dar lugar ao espaço que hoje é ocupado pelas suas pistas. Isso faz com que frequentemente os pousos e decolagens sejam redirecionados ou atrasados, devido a necessidade de uma visibilidade perfeita, visto ter em sua frente uma grande barreira geológica, o Morro do Pão de Açúcar.
A variabilidade da direção dos ventos também é um fator problemático para aviação. Os ventos surgem de variações nas pressões atmosféricas, nas áreas de alta pressão (baixa temperatura) e de baixa pressão (alta temperatura). Eles sopram, em geral, das áreas mais altas para as mais baixas, em uma espécie de equilíbrio. Quando elas se invertem, logicamente as direções dos ventos também são invertidas. É muito difícil para aeronave pousar ou decolar com ventos à favor a sua direção, por isso que quando há inversão da direção dos ventos, faz-se necessário inverter também a posição da pista onde o avião vai pousar e decolar, que é chamada de cabeceira de pista pelos aeronavegantes.
Ter um cenário amplo, livre de obstáculos, é o ideal e oferecido pelos oceanos que cobrem 71% da superfície do planeta. Portanto as regiões costeiras, que são interface entre espelho d’água(oceanos) e o continente, são aquelas mais suscetíveis ao impacto dos ventos e possíveis nevoeiros gerados pelo mar. Assim a variabilidade do cenário climato-oceanográfico presente nas áreas costeiras afeta diretamente na segurança do tráfego aéreo dos aeroportos das cidades litorâneas do mundo todo. O monitoramento e o estudo dessas condicionantes oceanográficas e meteorológicas são de fundamental importância para garantir operações seguras nos aeroportos espremidos entre montanhas e o mar como é o caso dos aeroportos emblemáticos, Tom Jobim e Santos Dumont no Rio de Janeiro.
Assim as cidades costeiras para garantir seu bom e seguro funcionamento jamais devem menosprezar que existem forças marinhas muito próximas a elas. Com o agravamento das mudanças climáticas estas podem provocar cenários extremos de riscos potenciais redundando em desastres naturais que poderiam ser evitados se tivermos essa percepção.
Escrito por Letícia Silva Guimarães
Referências Bibliográficas
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/vento.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-elementos-climaticos.htm
http://www.aeroclubedebrasilia.org.br/aulas/PPMET_-_METEOROLOGIA_RESUMO.pdf