Eventos meteorológicos extremos, como furacões, são muito raros de ocorrer no oceano que banha nosso país. Até hoje, por exemplo, o furacão Catarina é o único registro já feito desse fenômeno em águas do Atlântico Sul. Mas você sabia que ele não foi o único? Qual foi o primeiro furacão no Brasil?
Desde 2004, após o Catarina marcar a meteorologia nacional, a Marinha do Brasil registra ciclones tropicais e subtropicais notáveis que se formam próximo à costa brasileira. Se o ciclone formado se desenvolver a ponto de atingir a categoria de “tempestade tropical” ou “tempestade subtropical”, a Marinha do Brasil dá ao fenômeno um nome (em tupi-guarani).
A partir disto, até 2017, 8 ciclones foram registrados na costa brasileira: Catarina, Anita, Arani, Bapo, Cari, Deni, Eçaí e Guará.
O ciclone tropical Anita ocorreu entre 10 a 13 de março de 2010, e teve seu nome dado em homenagem à Anita Garibaldi, heroína local da região de Laguna, de Santa Catarina. O fenômeno chegou a aproximadamente 290 km de distância da costa brasileira. Os ventos no ciclone chegaram a 75 km/h. Porém, Anita mudou seu curso e se distanciou do nosso país em direção à África. Não houve danos à sua passagem, mas foram registradas ondas de até 4 metros no litoral catarinense, próximo a Florianópolis, além de alertas para embarcações em alto-mar para evitar a região. Ainda não é um consenso se Anita foi mesmo um ciclone tropical, ou se foi um ciclone subtropical – pode-se encontra-lo referenciado das duas maneiras.
O ciclone subtropical Arani (que significa “tempo furioso” em tupi guarani) ocorreu entre os dias 14 e 17 de março de 2011, se formando entre a costa do Rio de Janeiro e de São Paulo. A formação do fenômeno causou chuvas torrenciais nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e ao norte do Paraná, acarretando em danos como quedas de pontes e bloqueios de rodovias por árvores e postes. No Forte de Copacabana, foram registrados ventos de 42 km/h e ressaca com ondas de até 3 metros de altura.
Em 2015, algo ainda mais incomum aconteceu: dois ciclones subtropicais se formaram próximos à costa brasileira, Bapo (de 06 a 08 de fevereiro) e Cari (de 09 a 12 de março). Nenhum dos dois atingiu terra. A trajetória de Bapo (que significa “chocalho”) foi registrada bastante longe do litoral, de modo que praticamente não houve influência dele no Brasil, além de chuvas fortes e ressacas.
Por outro lado, o ciclone Cari (“homem branco” em tupi guarani) causou muitos danos às cidades litorâneas de Santa Catarina e ao norte do Rio Grande do Sul. Formado no litoral sul de São Paulo, o Cari se deslocou rapidamente para sul, afetando cidades como Criciúma e Balneário Rincão, ao sul de Santa Catarina, e Torres e Arroio do Sal, no litoral norte do Rio Grande do Sul, região muito próxima ao do Catarina. Foram registrados ventos de até 104 km/h (que derrubaram árvores), chuvas fortes, deslizamentos de terra, alagamentos em diversos pontos e mar agitado.
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