Entendendo o sequestro de carbono pelos oceanos

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Os oceanos promovem um importante serviço ambiental como regulador do carbono no planeta. Porém muito se fala sobre o oceano sequestrar carbono, mas poucos compreendem todos os processos que possibilitam o sequestro.

Primeiro precisamos entender que permanentemente ocorre um troca gasosa na interface oceano-atmosfera, onde os gases saem do ambiente mais concentrado para o menos concentrado. Por conta disso o oceano pode ser tanto um sumidouro como também fonte de carbono. De forma geral no período pré-industrial o oceano era uma fonte líquida de carbono para a atmosfera já nos dias de hoje o oceano atua como sumidouro de carbono da atmosfera por conta da elevada carga antropogênica de CO2. Essa dualidade pode ser estimada através do fluxo de CO2.

Além da interface ar-mar existem inúmeros outros processos que ocorrem no corpo d’água oceânico promovendo a fixação do carbono nos oceanos. Dentre os principais fenômenos podemos descrever os seguintes.

Há duas maneiras pelas quais o oceano assimila o carbono, elas são chamadas de Bomba Físico-Química e Bomba Biológica. A primeira delas, é a ação de 3 processos, o movimento físico da água do mar determina a troca entre águas superficiais com diferentes densidades; o efeito da temperatura na solubilidade do CO2, os gases são mais solúveis em temperaturas mais baixas, como consequência, o CO2 é duas vezes mais solúvel nas águas superficiais frias encontradas nas latitudes polares em comparação ao equador; e as reações químicas que o CO2 sofre na água do mar, a solubilidade do CO2 é aumentada pela reação com o carbonato , quando a água (H2O) e o gás carbônico (CO2) se encontram, é formado o ácido carbônico (H2CO3), reação essa que promove a acidificação dos oceanos por conta da dissociação do H+.

Fonte: https://www.waves.com.br/variedades/carbono-no-oceano-estudo-desvenda-absorcao/

Já a Bomba Biológica se trata do processo que tem início quando o CO2 dissolvido na água é absorvido, juntamente com nutrientes e luz, por fitoplâncton para realizar fotossíntese. Esse carbono orgânico flui na cadeia trófica e, durante este processo, parte do carbono é perdido em forma de detritos e transportado para o fundo do mar. Uma vez no fundo e fora da presença de luz, os detritos se degradam através da remineralização microbiana e o gás carbônico é liberado. Contudo mantêm-se dissolvido nas profundezas sob as altas pressões e baixas temperaturas e o material orgânico remanescente que não foi consumido em nenhum dos processos chega ao fundo dos oceanos e se acumula nos sedimentos.

Ambos os processos retiram toneladas e toneladas de carbono da atmosfera, contribuindo, por exemplo, para a desaceleração do aquecimento global e a amenização das mudanças climáticas.

Portanto na imensidão do corpo oceânico um enorme serviço ambiental de captura do carbono gasoso na atmosfera é realizado continuamente e em silêncio. Os oceanos prestam uma contribuição inestimável para equilibrar o carbono em excesso liberado pelo homem na sua conduta egoísta para apossar da energia dos combustíveis fósseis. No mínimo devemos ajudar a preservar a qualidade das águas dos oceanos de modo que possa nos ajudar de forma mais efetiva no sequestro de carbono.

Reflitam e nos ajudem a preservar a saúde dos oceanos.

Escrito por Leonan Cortez

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Libes, Susan. Introduction to Marine Biogeochemistry. Países Baixos, Elsevier Science, 2011.

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