O que está acontecendo no Havaí?

“O violento incêndio florestal que varreu uma cidade pitoresca na ilha Maui, no Havaí, já é considerado o mais mortal registrado nos Estados Unidos no último século. Ainda não está claro exatamente o que desencadeou os incêndios florestais no Havaí. “Não sabemos o que realmente iniciou os incêndios. Mas fomos informados com antecedência pelo Serviço Nacional de Meteorologia de que estamos em uma situação de bandeira vermelha”, disse na quinta-feira, 10, o major-general do Exército Kenneth Hara, que lidera o Hawaii National Guarda.” Segundo o site “Exame.” que publicou em 18/08 um amplo artigo informativo a respeito da tragedia que vem ocorrendo em um lugar, até então, conhecido normalmente por sua riqueza e beleza natural.

Mas vamos olhar por um outro ângulo. Um ângulo que nos permita ter uma visão mais planetária e ambiental da causa deste incidente.

O desastre natural que ocorreu no Havaí em agosto de 2023 representa muito bem o risco que a humanidade sofre com o aquecimento global provocado pelo efeito estufa. A utilização sem controle dos combustíveis fósseis e o lançamento dos seus resíduos gasosos na atmosfera desregula o clima do planeta. Como consequência trágica, os riscos dos desastres naturais são para todos e tendem a aumentar em frequência e intensidade. Havaí, Califórnia, Europa e Amazônia que o digam.

O major-general do Exército Kenneth Hara, que lidera o Hawaii National Guarda, disse em entrevista que três fatores preparam o cenário para os riscos de incêndio: meses de seca, baixa umidade e ventos fortes.

À medida que o planeta esquenta, fica claro que mesmo um local insular, cercado de águas como o Havaí, conhecido pelas florestas tropicais e colinas verdejantes, está cada vez mais suscetível a incêndios florestais. As ilhas há muito tempo têm trechos áridos de campos de lava e pastagens mais secas, com chuvas variando de um lado da ilha para o outro. Nos últimos anos, a região também viu quedas de longo prazo na precipitação média anual, cobertura de nuvens mais finas e seca induzida pelo aumento das temperaturas. Enfim, o clima da região sofreu variações bruscas e perceptíveis pela população.

O fator variação térmica também desencadeou ventos fortes, tendo em vista sua formação através da movimentação do ar de alta pressão (regiões mais frias) para baixa pressão (regiões mais quentes). Qualquer variação do cenário térmico da atmosfera na região provoca bruscas alterações no clima de chuvas e dos ventos.

O que vem acontecendo no Havaí é prova viva do quão desastrosas podem ser as mudanças climáticas. Apesar que muitos ainda tentarem negar, o fato é que de uns tempos para cá, vem se tornando cada vez mais frequente as flutuações climáticas, provando assim a incompetência do homem em preservar seu próprio lar.

Tendo em vista o trágico cenário de agosto de 2023, com 114 mortos e danos a propriedades de US$ 5,5 bi, nos fica a seguinte reflexão. Até quando fecharemos nossos olhos para as mudanças climáticas e consequentes eventos extremos que vem acontecendo no mundo? Até quando teremos o pensamento medíocre que os desastres naturais são eventos normais? O incêndio florestal em Maui entrará no esquecimento da população assim como a tragédia ocasionada pelas fortes chuvas em Petrópolis no início de 2022?

Precisamos dar ouvidos a voz do planeta que grita por socorro e nos conscientizar que devemos considerar a natureza nos nossos projetos de vida. Afinal, a longevidade só é possível de ser alcançada se tivermos onde viver.

Escrito por Leticia Silva Guimarães

Referências Bibliográficas

https://exame.com/mundo/incendio-no-havai-e-o-mais-mortal-dos-eua-no-ultimo-seculo-veja-o-que-se-sabe-ate-agora/

https://www.defesacivil.pr.gov.br/Pagina/Significado-das-cores-dos-alertas

https://www.unicef.org/brazil/blog/os-desastres-brasileiros-e-suas-relacoes-com-mudancas-climaticas