Queda da Ciclovia Tim Maia em São Conrado

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No dia 21/04/2016, no Rio de Janeiro, parte da ciclovia Tim Maia desabou na altura da Gruta da Imprensa, na Avenida Niemeyer, deixando dois mortos. O Engenheiro e Oceanógrafo David Zee, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em entrevista ao jornal O Globo, levantou a seguinte hipótese:

“A potência das ondas no local não foi calculada pelo consórcio que tocou a obra. Ele esteve no local do acidente e observou que não havia o reforço de “ancoragem”, mencionado por Manoel Lapa, ligando os pilares ao corredor da ciclovia. A área onde a pista foi construída forma, segundo ele, uma espécie de funil, que potencializa a força do mar.

— As estruturas aqui não estão ancoradas, estão apenas apoiadas pelo próprio peso. Na hora que veio essa onda nessa direção específica, deu esse tremendo “soco” de baixo pra cima, e o peso próprio da plataforma não foi capaz de resistir. O pessoal de engenharia calculou muito bem, mas sem levar em conta a carga do mar”.

O Professor também deu uma entrevista ao programa Fantástico, onde explica as condições do mar na época do acidente:

“A maré de sizígia dá em lua nova e em lua cheia, foi o caso que [o acidente] aconteceu em lua cheia, então é a maior amplitude, a máxima da maré mais alta e a mínima da maré mais baixa. Na hora da subida, ao longo do litoral, ela [a frente friadeixa um rastro de energia muito grande e as ondas formadas durante esse percurso vão de encontro direto ao Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. [Na Gruta da Imprensa]. Existe uma fenda, e essa fenda nada mais é que um indutor, uma concentração da energia da onda naquele ponto, é um funil que concentra toda a energia de onda e dá exatamente na base do pilar daquela estrutura.  (…) Olha só, nós estamos logo no inicio do outono, à medida que a gente chega no inverno a ressaca vai aumentar e a frequência dela também vai começar a aumentar. Essa aí foi apenas um prenúncio do que vamos receber agora durante o inverno e o final do outono, exatamente na época das olimpíadas”

Escrito  e editado por Gabriela Lima
glossário:
maré de sizígia: a maré com maior amplitude, sendo a maré alta a mais alta e a maré baixa a mais baixa

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