Como se formam as ondas do mar?

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David Zee

Toda vez que a gente vai a praia fica admirado com a dança das ondas nas areias e mesmo vendo a evolução dos surfistas que dependem delas para realizar as suas evoluções. Mas como é possível a eternidade desses movimentos do mar que tanto nos encantam? Qual força é a principal responsável para a existência das ondas?

Os ventos que sopram nos oceanos são de longe a principal força indutora das ondas que atingem as nossas praias. Praticamente 99% da energia acumulada nas ondas provem da energia transferida dos ventos sobre a superfície do mar. Apenas uma fração ínfima é devida aos maremotos e erupções vulcânicas (Tsunamis) além da atração gravitacional dos astros (Sol e Lua) se considerarmos a maré como uma onda de longo período (duração).

Antes de continuar a falar sobre as ondas do mar é preciso esclarecer algumas das suas características. A crista é a parte alta e o vale ou cavado corresponde ao seu ponto baixo. A distância entre duas cristas ou dois cavados corresponde ao comprimento da onda. O tempo de passagem de duas cristas sucessivas chama-se período da onda.

E como os ventos transferem energia para o mar na forma de ondas?

Os ventos ao soprarem sobre a superfície lisa do mar formam inicialmente pequenas rugosidades chamadas de ondas capilares. A presença das rugosidades confere ainda mais atrito que possibilita maior transferência de energia dos ventos aumentando gradativamente a altura das ondas. Essas ao se chocarem umas nas outras distribuem melhor a energia acumulada nas ondas iniciando seu processo de propagação e de uniformização. Assim elas viajam da sua região de formação até atingirem algum obstáculo que são as ilhas e os continentes.

Apesar de observarmos a progressão das ondas em alto mar é preciso alertar que estas propagam apenas a energia acumulada pelo atrito dos ventos na superfície do mar e não massa (a massa d’água não se move na direção de propagação da onda).

Assim as ondas migram da região de sua formação (ex. epicentro de uma tempestade em alto mar) para outras áreas, reorganizando a energia acumulada no trem de ondas, até encontrar um litoral para promover a sua dissipação. A declividade das praias promove a gradual transferência da energia das ondas através do movimento e/ou transporte dos sedimentos do fundo. O transporte de sedimentos ao longo do litoral pode provocar assoreamento ou erosão das praias e sem duvida é o principal efeito da dissipação da energia das ondas no litoral. Além disso, uma pequena fração da energia das ondas é gasta para o revolvimento das águas para formar as espumas, calor e o som da quebra das ondas na linha de praia.

A formação de ondas maiores ou menores depende da intensidade (velocidade), área de atuação (pista ou área onde o vento sopra) e duração dos ventos (tempo). Quanto maior for a intensidade, a área de atuação e a duração dos ventos tanto maior serão as ondas originadas.

Como foi dito em alto mar as ondas só propagam energia. Contudo ao se aproximar do litoral, em águas rasas, o atrito do fundo transfere a energia das ondas para os sedimentos provocando seu movimento e transporte. Podemos perceber isso se nos posicionarmos na zona de arrebentação das praias. No momento do colapso das ondas você é desequilibrado e arrastado como são os grãos de areia. Tanto é que depois de um “caixote” seu calção ou maiô ficam cheios de areia. Percebe-se aí a força das ondas em promover o transporte de sedimentos ao longo das praias.

Assim as ondas formadas em alto mar até chegarem as nossas praias sofrem uma sucessão de transformações. A direção, a intensidade e a duração da aproximação do trem de ondas nas praias dependem do local, da distância e da intensidade da tempestade que a formou em alto mar. Se for muito próximo do litoral a concentração da energia com certeza vai provocar muitos estragos na zona costeira urbanizada. Uma verdadeira ressaca…

Fique esperto, pois depois ou durante as fortes ventanias, o mar com certeza vai ficar revolto e você deve se prevenir evitando os banhos em praias de mar aberto. Isso geralmente ocorre a partir de abril até agosto (outono e inverno) principalmente no litoral sul e sudeste brasileiro.

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