O perfil da poluição das lagunas costeiras urbanizadas

As lagunas costeiras são corpos d’água localizados no litoral, geralmente paralelas ao mar. Para ser uma laguna o corpo d’água deve ter uma comunicação com o mar. Normalmente essas ligações são hidraulicamente fracas e muitas vezes sazonais. Ou seja, se abrem durante os meses chuvosos e se fecham durante os meses secos. As trocas hídricas desses sistemas com o mar também ocorrem por meio do movimento das marés, ação dos ventos, além das chuvas e descargas de rios. Esses espelhos d’água apresentam baixa profundidade e uma ou mais conexões com o mar. As lagunas costeiras são ecossistemas frágeis e de grande importância social, econômica e ecológica, e sofrem intensamente com os impactos causados pela atividade humana no seu entorno. Isso ocorre pois a cidades normalmente crescem sem levar em consideração as necessidades do ambiente natural preocupando se somente com as demandas urbanas. Assim, em pouco tempo a natureza desaparece, restando somente o cinza das construções.

Os ecossistemas naturais fornecem inúmeros serviços ambientais, como proteção contra eventos climáticos extremos, manutenção da biodiversidade, regulação do clima, ciclagem das águas contaminadas, acessibilidade, dentre outros. Ecossistemas lagunares apresentam diversos usos e precisam ser preservados. Atividades econômicas de interesse social como a pesca, o lazer, a navegação, e o turismo são valores que a poluição das lagunas costeiras destrói. A fiscalização mais eficiente e permanente contra a degradação dessas lagunas é aquela que os moradores do seu entorno podem exercer, pois eles são os maiores beneficiados pela salubridade hídrica.

A contaminação desses corpos d’água submete esses sistemas costeiros a alterações da sua qualidade da água e aos impactos químicos, físicos e biológicos. As principais formas de poluição de lagunas costeiras são o despejo irregular de esgoto, descarte inadequado de resíduos sólidos, descargas industriais e escoamento de águas pluviais contaminadas provenientes de áreas urbanas. A ausência de uma infraestrutura de coleta e tratamento de resíduos sólidos que atenda de forma plena a cidade, resultando no lançamento de efluentes domésticos e industriais fugitivos nos corpos d’água. Os poluentes, quando descartados em corpos hídricos, podem ser transportados por longas distâncias até encontrarem um ponto de acumulação ou seguirem em direção ao mar. Uma vez livres nos rios dificilmente não atingirão os oceanos como destino final.

A população humana é extremamente dependente dos recursos hídricos, portanto, é necessário o incentivo de ações governamentais, educacionais e empresariais visando à conservação da biodiversidade, mitigação dos impactos e a melhoria da qualidade das águas naturais nas grandes cidades brasileiras. A preservação da natureza começa dentro dos lares de cada pessoa. Quando não há o devido cuidado com o descarte de resíduos por meio da coleta seletiva e falta preocupação com a qualidade dos serviços de esgoto, os oceanos irão sofrer as consequências finais. Portanto, é essencial que cada indivíduo assuma sua responsabilidade e contribua para evitar tais danos ambientais. Desta forma, podemos agir de maneira ativa na preservação do meio ambiente.

Escrito por Larissa Santana Sarmento

Referências Bibliográficas

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Barbier, Edward B. and Hacker, Sally D. and Kennedy, Chris J. and Koch, Evamaria W. and Stier, Adrian C. and Silliman, Brian R., The Value of Estuarine and Coastal Ecosystem Services (2011). Ecological Monographs, Vol. 81, No. 2, pp. 169-193, 2011 , Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=1868308

Águas Pluviais Urbanas: A Origem da Contaminação das Lagoas e Rios – Olhar Oceanográfico – David Zee (olharoceanografico.com)