Já parou para pensar, por que é tão perigoso nadar em algumas praias da maravilhosa capital Pernambucana?
A cidade de Recife é conhecida por ser um ponto de foco com muitos tubarões e várias praias são fechadas para o banho ao mar, justamente pelo risco de incidentes. Segundo o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), foram registradas 77 ocorrências de ataques de tubarão no estado de Pernambuco desde 1992, das quais 67 ocorreram no continente e outras 10 no Arquipélago de Fernando de Noronha.
“A topografia do litoral pernambucano ajuda a explicar as ocorrências com tubarões: há um canal profundo que acompanha a extensão costeira do Estado. Esse canal, que começa no Pina, passa por Boa Viagem e Piedade até chegar em Candeias, facilita o deslocamento de tubarões para mais próximo das praias, onde os banhistas costumam ficar.” Segundo o site Folha de Pernambuco.
Isso resulta nos incidentes que se concentram entre essas praias urbanas e que são bastante frequentadas por estarem em áreas populosas. Portanto a exposição dos banhistas é um fator importante.
A elevada descarga de poluição orgânica oriunda do rio Jaboatão e a influência decorrentes marinhas, que contribuem para a turbidez da água e influencia a corrente de retorno, atraem os tubarões para a costa.
Por outro lado, a construção do porto de Suape, localizado ao sul de Pernambuco, gera bastante polêmica neste assunto, pois demandou, para a sua construção, uma grande transformação no ambiente natural. Além de formar uma barragem contra a plena vazão dos rios, provocou a redução da área molhada dos estuários, local de frequentação do tubarão-cabeça-chata para reprodução e caça.
“Quando comentamos acerca da degradação generalizada dos ecossistemas costeiros, estamos nos reportando àquela ação do homem que, de alguma forma, vai interferir no curso natural desses ambientes. As regiões portuárias são muito impactadas, e isso acaba alterando o ciclo natural dos processos ecológicos que ali ocorriam. Desta forma, a natureza sempre mostra uma resposta a essas intervenções”, diz Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira, engenheiro de pesca e doutor em oceanografia.
Portanto, é comum a preocupação dos banhistas com os ataques e fatalidades provocados pelos tubarões do Recife e muitos acabam até se voltando ao pensamento reducionista de culpar os animais e desejar a sua morte.
Dizimar os tubarões pela ignorância refletida pelo medo não resolve o problema, apenas agrava. Entender o que provoca esses efeitos colaterais na natureza e que intensificam a insegurança social, é a maneira eficaz de erradicar o problema. A sucessão de erros humanos é que provocam o desequilíbrio e os desastres naturais que hoje se espalham pelo planeta. Na maioria das vezes as leis humanas não coincidem com as leis da natureza. Resolver os desequilíbrios naturais provocados pelo homem é saber respeitar e trabalhar com as leis da natureza.
Escrito por Leticia Silva Guimarães
Referências Bibliográficas